31 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

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28 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Quem sou eu!?

Imagem: Bufagato

Quem és tu? Perguntas!
Amuo, e não respondo.

Bate-me fundo a questão…
E passo a perguntar-me…
Se me conheço tão profundo
Que na razão possa mostrar-me
Sem originar discussão!

Quem sou afinal!?
Serei pessoa decente…
Ou apenas humano carente
Que tem alma e sente
Um carinho especial?

Serei grão de areia deste abismo
Que se perde por um cadilho
Sem ermo, num simples esmo
Derivante, na galáxia do sofismo!

Quem sou!?
Serei uma migalha de gente…
Mas convicto do que sente!

Num sentir em tudo diferente
Sem que seja indiferente…
Ao que se passa no presente

E ouve o coração, que não mente
E tudo… pressente!

Serei, apenas alguém…
Que não sabe, nem quer
Estar incólume na vida, sem sofrer
A dor de amar, mesmo no desdém!

E nessa dor maior, querer
Da vida que se exala, renascida
Tudo apreender, no aprender
Em cada amanhecer, da noite vencida!

Tenho tanto para ser…
E não sou o que posso… querer!

Que serei eu!?
Não sei dizer-me!
Um dia… hei-de conhecer-me…
Saberei então… que(m) sou…

Apenas… “EU”! (s.m.)


Posted by: lmc

26 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Dói!?


Imagem: Bufagato



Só.

Não sejas…
Nunca queiras ser…
O ser que fraqueja, perante a beleza dum amanhecer…
Aquele que passa incólume pela vida… e nunca aprende a amar…
Exige amor e atenção...
Como quem adquire provisões numa qualquer prateleira de supermercado.
Não aprende que o sorriso não tem preço.

O grito da criança que chora não é de raiva… é de carinho!
É por amor, é por colinho, é de solidão…

Sim… apesar de tudo, compreendo o que te vai na alma.
As tuas vontades e os teus quereres…
A tua fome de viver com reconhecimento.
Mas nada fazes para alterar!

Vem... criança faminta…
Encontrarás em mim o alimento de que necessitas…
… só para te ver crescer, sorrindo ternamente...
Terás agora o teu renascer…
Desta vez, será saudado!
Enfrentarás então a vida!
Mas, com um sorriso nos lábios…
Saberás viver!

Posted by: lmc

25 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Vivendo e...

Imagem: Bufagato

Quem ama, sente...
Quem é amado, vive...
Quem deseja, pressente...
Quem chora, é tudo!...

Luís Cunha

24 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Será o fim do tunel????

imagem: Bufagato


Acendeu-se mais uma luz no fundo do túnel.
Este, está quase a desvanecer-se.
O Nelson foi submetido a uma junta médica, para aquilatar das suas dificuldades… e foi dado como apto a integrar o curso que se iniciará no próximo dia 6 de Fevereiro, na Unidade de Avaliação e Orientação Profissional do CEFPI, na Vilarinha – Porto.
Falta apenas a confirmação que enviarão para casa nos próximos dias… a ver vamos.
Mas estou convencido que esta etapa está praticamente ultrapassada.
A partir daqui, abrem-se perspectivas para uma melhoria na qualidade de vida e autonomia do Nelson, o que deixa toda a família feliz e expectante.
Por ele... ia já hoje, está excitado, já diz que quer aprender uma profissão para ganhar muito dinheiro...lol


Obrigado a todos pela preocupação.

Sejam felizes, porfiem por essa felicidade, que a recompensa não tarda!

Luís Cunha

Luís Monteiro da Cunha

"O Desejado Sonho"

imagem: Bufagato
.../...
E o meu vento, sempre inconstante, sabe cada lamento, acerca-se a cada instante. Abraça-me e beija-me fugaz, foge-me, enleia-me, tanto que me faz.
Gosto tanto do meu vento, embora às vezes seja irado, logo o acalmo no meu terno brado. Que seria de mim, sem este aliado.
A sério, ele é um amigo; confidente; até um criado.
Escuta-me os pensamentos, mesmo sem eu querer, leva-me os lamentos a quem os resolver.
Tudo ouve, tudo sente, este meu vento tudo quer saber.
Por vezes escapa-se e deixa-me angustiado, por onde andará o meu nobre criado?
De repente, sem contar, levanta-se em tamanho e irado, revolve-me o mar, faz tudo em bocados. Destelha-me as casas humanas, revolta os oceanos e num maremoto os quer transformar. Castiga as pobres árvores, não se podem defender, quebra-lhes os galhos, até as chega a torcer. Quase as quer arrancar do precário chão que as viu nascer.
Tenho de lhe falar. Não pode ser assim!
Existem épocas para tudo e não deve temer por mim.
Eu sou tudo e não sou nada. Ninguém me chega, senão de alma lavada.
Apenas existo de madrugada até ao amanhecer, depois, quem me quer ver, terá de estar sonhada e de mente esvaziada, pedir aos céus o meu lampejo. Sim, porque só acordo com um beijo.
Mas tenho um leve acordar. Bocejos… não sou de dar.
Estico os braços e logo me abraçam os meus seres celestiais.
Que me perguntam cada vez mais, que volta vou hoje dar, para este mundo resolver. Querem-me ajudar, mas que hei-de fazer… são etéreos, agradeço a intenção e dispenso-os com um terno abraço e um sorriso do coração.
Eu sou assim… o tudo e o nada, que vive em ti e morre mim! Renasço a cada madrugada.


posted by: lmc

22 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

"O desejado"

Fui convidado.
Aliás, estou convidado.
Nem esperaram resposta.
Vi o convite, assim… sem mais, nem sequer uma apresentação, um sinal, algo que me manifestasse o desejo premente da minha presença.
Não disse nada. Nada manifestei. Até porque não sei… e quando não se sabe, a melhor opção é ficar quedo e mudo, esquecer-se na ausência.
Mas se nada falei, muito pensei.
E no pensar a que me devotei, fiquei com a terna sensação, de que esta presença era desejada mesmo do coração.
Apesar de não me dizerem nada, olhando-o, eu ouvi tudo.
Digo-vos meus amigos, era um som fantástico e tão ensurdecedor, que sem ruído me entrava no ouvido, como abelha em flor colhendo o néctar do amor, sem o deixar ferido.
Ainda não resolvi.
Tenho tanto em que pensar… se devo ir, ou ficar.
E se for, que devo levar… não sei, simplesmente hesito, e nesta hesitação me fico… pois nunca em tal me vi.
Irei... Devo ir.
Mas se for, sabes bem, vou apenas por ti, por mais ninguém.
Tenho tanto que fazer.
Canseiras para esquecer, nuvens para passear…
Já esquecia o sol, esse astro matreiro, quando me apanha a dormitar, logo se põe a escaldar o pobre do incauto que o chapéu não quer usar.
Tenho ainda as estrelas, tão belas… tão gentis no ser, que me admiro ainda só por as ver crescer na sua luzerna a tremer.
Ai o meu mar… tão poderoso e sereno. Não quer acordar, deita-se pleno, esquece-se do quebra-mar, ainda se pode magoar.
Ai gaivotas, sempre revoltadas, que nos ares volteadas, gritais sem razão. Eu sei que minguais pelo peixe, vosso pão. Mas bem poderíeis gritar um pouco menos, ainda acordais as sereias e o Nemo.
Colocais-me numa aflição…
…/...


posted by: lmc

21 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

BOM FIM DE SEMANA


Agradeço a todos pela cadeia que se gerou neste mundo blogosférico, motivada por dúvidas minhas e as quais tiveram eco nas respostas elucidativas que me enviaram.

Obrigada Raquel... por te preocupares... por tudo!

O meu sincero obrigado por todos os mails que me enviaram, uns a explicar o que eu necessitava de saber, outros apenas a dar-me os parabéns e desejar felicidades.

Aproveito para vos desejar um bom fim de semana, pleno de paz, amor e tranquilidade.
GOZEM A VIDA! É TÃO CURTA......

Luís Cunha
Bufagato

19 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

A beleza dos três...


Cidade da Maia - 09H00
19 de Janeiro de 2006
Rotunda Portas da Maia
O homem, na sua vã tentativa de elevação celestial...
A Lua, confidente dos amantes... ainda está acordada!
As asas sempre livres da bela pomba... volteia em cada sopro de vento.
Aguarda novas da Primavera que tarda em chegar... mas promete!
Bom dia!
Tenham um dia pleno de sedução, amor e carinho!




Quis o vento ao passar
Sussurrar o que não queria

Todo ele... parecia adejar
Dizendo-me o que já sabia
Mas fazia por ignorar


Posted by: lmc

17 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Cantem Odes...



Tenho a alma vazia.
Não! Não tem cânticos,
Sombras, choro ou dor!
Apenas é desprovida de semânticos.
Havendo terminado este dia
Transbordei do oblativo amor.

Extasiem nuvens deste céu!
Antes, escuro como breu!

Cantem odes, ao novo eu!

E o imponderado vento…
Passando célere em cópulas
De melodioso encantamento

Entre pernadas do eixo…
Deixa seu silvo no tempo.
Extático… não me queixo.
Não quero o quebrantamento!

Tenho a alma vazia,
Repleta de um sentimento.
Sempre almejei o que sentiria
Sendo chegado este momento.


© Luís Monteiro 2006-01-10

Posted by: lmc

15 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Preciso do Sol e da Maresia...


As bátegas não me dão descanso. Chamam-me da janela, mas disfarço.
As nuvens escurecem o firmamento, transmitem a nostalgia do tempo próprio da estação que decorre. Sei que a chuva é fundamental, mas...
O meu bem-estar físico e emocional, sofre com isso.
A minha sensibilidade é afectada pela luz que recebo diariamente. E não vale a pena acender todas as lâmpadas da casa, colocar uma comédia no dvd, ou outro artefacto que me alegre. Esse bem-estar é sempre passageiro e termina sempre que carrego no OFF.
É mesmo da luz do sol que necessito.
Terei eu, algum processador de foto-sintese como as plantas, as quais crescem e florescem conforme o estado de tempo e das horas de luz solar que recebem diariamente? Também estas são muitas vezes enganadas pela soma dessa conjugação de factores e por isso florescem demasiado cedo, condenando-se ao fracasso precoce, apesar de tentarem mesmo assim frutificar e concluir a sua função gravada no seu código genético: continuar o ciclo da vida, criando a sua descendência. Vã tentativa esta, os frutos acabam por mirrar, por causa do frio, que acaba por regressar, ou queimados pelas geadas que ainda não nos visitaram.
Vã e inglória luta esta.
A mãe natureza adulterou o normal ciclo de germinação das coisas e esqueceu-se de avisar as partes interessadas! Que são todas as coisas vivas à face da terra. Porque das coisas vivas que existem sob o caudal líquido... ainda não existem dados suficientes que demonstrem se também estas sofrem destes efeitos precoces e nefastos.

Nesta nostalgia... continuo a pensar em ti mãe natureza.
Porque tu estás tão diferente! Qual a causa dessa mudança? Fará, essa mudança, parte da tua evolução... e nós seres vivos e pensantes, continuamos estagnados e tão alheados de ti que não actualizamos o nosso código genético, para te conseguir acompanhar? Onde fazer a actualização? De onde poderei fazer a actualização do meu sistema genético, se nada nem ninguém fala no assunto, nem tu, Mãe, dás qualquer pista!...
Continuam todos, como eu, a gozar a seu bel-prazer o facto de estarmos vivos, apesar da decadência oculta... ser já visível a olho nu e nada fazemos para combater a situação.

Pensando maduramente...
Chego a uma simples conclusão.
Nesta divagação, e por inércia, dado que continuo sentado, não aproveito para te melhorar o código. Estou continuamente a agredir-te e nada faço. Banalizo actos que te são tão prejudiciais… como o facto de me fazer transportar no automóvel até ao parque mais próximo para fazer o percurso de manutenção sabático ou dominical, apenas para me mostrar aos outros, tentando com isto demonstrar que sou amigo da Mãe e cuido do meu corpo, mas… tu sabes bem que te desprezo na minha vida, na qual apenas valorizo o conforto pessoal e dos meus, nem que para isso tenha de te assassinar diariamente, apesar de te amar esporadicamente e deliciar-me na beleza de tudo que nos ofereces.

Afinal, cheguei a mais uma conclusão:
Será que se conseguirmos pensar um pouco mais em ti e menos apenas em nós e no nosso bem-estar, conseguiremos reverter a tua saúde, (e a nossa)... e ao mesmo tempo actualizar o nosso valioso código, que provavelmente actualizar-se-á como por simpatia e porque interagimos contigo e nos fazes essa dádiva?
Será esta uma solução?... Ou a única?
Até já, Mãe... Beijinho!…

© Guilherme Faria 2006-01-15


Posted by: lmc

13 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Realidade prenhe


Assiro em cada poema escrito
A vontade indómita do grito!

Avidez do sentimento, comoção,
Na paz do amor, carinho, alegria…
O prazer de viver a felicitação,
Do remoçar de cada novo dia!

Em quantos, denoto exaurida
A realidade prenhe desta vida,
Imperfeita! De mim, elegida!

Que pugno por inquieta,
Pois a realidade, faminta
Não passa de indiscreta…
Janela do sentir. Sucinta.


© Luís Monteiro 2006-01-12


Posted by: lmc

09 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Saudades


Como fumo do cigarro que queimo
Volúvel, volteia sem rumo
Desenfreado, disforme, desvanece
Ao sabor do sopro, jactancioso
Vagueia em ânsias, promíscuas
Abandona o calor do morrão
Abraça o frio da solidão

Perde-se em cada espiral
Como nevoeiro matinal

Escorres-me pelos dedos, enleio
Preferes os medos da vetusta
Árvore da acomodação

És livre!
Regressa ao ninho, solta-te nas asas
Da languidez da tua gaiola.
Como ave, que sentindo a liberdade
Dela fica castrada, na imensidão
E beleza do novo dia, até então desconhecido

Teu porto de arribação!


© Luís Monteiro 2006

Posted by: lmc

07 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

O ocaso do acaso



Pela segunda vez, fizeram amor!
Os olhos brilhantes e o espírito ausente, prenunciavam sentimentos idílicos, para quem quisesse reparar… mas ninguém reparava.
Apenas viam que andava mais bem disposto que o costume.
De tudo gracejava, motivava quem lhe dirigia a fala, num arrebatamento tal, que a todos encantava. Ficavam horas a escutar a sua sapiência… debatendo animadamente o mais pequeno assunto. Calavam-se, perante tão grande eloquência. Via-se que estava feliz, como peixe na água renovada do seu aquário.
Por fim, despediu-se.
A noite galgava já a madrugada e sabia que alguém o esperava…
A lembrança da noite passada, aflorou-lhe um sorriso nos lábios e teve o condão de animar ainda mais os seus olhos brilhantes.
O enlevo fez reviver a dança etérea onde rodopiaram como seres alados, sem essência corporal.
Apenas os olhos tinham vida própria como faróis da noite numa atracção mútua. Nessa dança elevada ao cosmos, quais seres feitos de luz, acabaram por de novo se fundirem. A fusão doce e constante deu lugar ao clarão do universo… todas as coisas se movimentavam num corrupio de matéria. Nesse instante sublime, formaram o buraco negro do amor. O centro da vida que de novo renascia e tudo sugava. Todos os canais de sentimentos despertos, atraíram sobre si as mais belas sensações, eram o centro do mundo … indescritível o momento.
Não foram ainda inventadas as palavras, de tão profanas, para tal descrição.

Olhos nos olhos, era latente o encantamento sedutor.
Entre eles, como acordo tácito, as palavras eram supérfluas, pelo menos naqueles momentos fugazes, escondidos e esquecidos do mundo.
Tentou aflorar o amor conjuntamente vivido, revivendo-os na sua alma, mas de pronto foi coarctado pela sua voz serena, pedindo-lhe para a poupar dos pormenores desse sonho que viveram.
Pertencia ao passado.
Vamos viver apenas o presente, enquanto o temos… pediu-lhe.

As palavras ecoaram e habitaram a sua mente, durante os minutos que permaneceram juntos… e mesmo no resto da noite!
Não consumaram o amor pela terceira vez…


© Guilherme Faria
In: O ocaso do acaso 2006-01

Posted by: lmc

06 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Teus olhos negros como carvão


Teus olhos negros
Onde escondes teus medos…

São o carvão que me incendeia
Neles aqueço o coração
E na chama dessa fogueira
Braseiro que me seduz
Escrevo neles as páginas da paixão
Aconchegado por essa luz
Fonte da minha inspiração!


© Luís Monteiro 2006-01-06

Posted by: lmc

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Luís Monteiro da Cunha

Educação!... ou não?


Estava sentado na casa de banho de um centro comercial, fazendo as minhas necessidades, quando oiço:
- Oi, tudo bem?
Não é que eu goste de muitas conversas nestes momentos....muito menos não sabendo quem se encontra do outro lado, mas não querendo ser indelicado.... respondi:
– Estou óptimo!
E o outro pergunta:
- O que é que estás a fazer?
Mas que pergunta mais sem lógica. Achei até um pouco bizarro, mas respondi:
- Então, acho que o mesmo que tu....
Agora que estava a chegar ao ponto alto da situação... oiço:
- Posso ir ter contigo?
Ok, esta já foi demais, mas não querendo ser mal-educado, respondi:
- Não... neste momento estou muito ocupado...!
Então ele responde:
- Olha...eu ligo para ti mais tarde, porque tenho um idiota sentado aqui ao lado e de cada vez que eu falo ele responde...


(autor desconhecido)

Não digo mais... estamos conversados!

Boa sexta-feira!
Divirtam-se porque o fim de semana promete...

posted by: lmc

04 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

A morte da saudade


"O quarto estava na penumbra.
Nunca se habituara a adormecer totalmente às escuras e por isso mesmo mantinha um pequeno candeeiro de luz fraca, sempre aceso. Não se destinava a iluminar, era apenas para a sossegar durante o sono.
Acabara de se deitar.
De repente o telefone toca. O ruído sinistro e impessoal soou estridente no quarto, ferindo os tímpanos, como se penetrasse o seu cérebro que se preparava para descansar.
Quem seria?
Olhou para o relógio digital.
Não era ainda muito tarde!
Mas o seu coração, bateu mais forte…
Lentamente, levantou o auscultador…
- Está lá… sim? … - Disse na sua voz meiga e natural.
- Olá amor!!!
Aquela voz… oh, aquela voz. Tinha o condão de quase a fazer flutuar sempre que a ouvia, aumentando o seu ritmo cardíaco. E ultimamente apenas a escutava por aquele estranho aparelho. Como ansiava por ouvir novamente aquela “sua” voz ao vivo, sem distorções eléctricas e ruídos de fundo.
- Olá querido, que surpresa! Quando voltas? .
- Tenho uma notícia para ti...
- O que é?… – disse ansiosa.
- Sabes quem morreu há segundos?
- Não… – Disse, estranhando e já em sobressalto. Pensou rapidamente em todos os seus entes queridos, mas desconhecia que alguém estivesse doente. – quem?... Perguntou já amargurada.
- A saudade, meu amor, a saudade! Morreu feliz, quando atendeste!..."


© Guilherme Faria
In, Luares Sentidos
Posted by: lmc

02 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Como campainhas ao vento


Teu riso cristalino
Soa-me a campainhas
Ondulantes ao vento
Em prado majestoso

E as flores diversas
Nesse prado verdejante, dispersas
Sorriram nesse momento
Comungaram do pensamento

Embevecido, sonhei acordado
Meu destino era traçado
Nos teus risos pueris
Pois por muito que houvera sonhado
De tudo o que ambicionei
Tu és apenas o que sempre quis
E agora, acordei
E posso dizer… fazes-me feliz!

© Luís Monteiro 2006-01-02

Posted by: lmc

01 janeiro 2006

Luís Monteiro da Cunha

Cinco Segundos... para 2006


Cinco segundos
Segundos de êxtase
Segundos de constatação
Segundos de carinho
Segundos de paixão
Segundos de comprometimento
Segundos de promessa
Segundos de euforia
Segundos de alegria
Segundos momentâneos
Segundos consentâneos
Segundos de partilha
Segundos de intenção
Apenas segundos!
Complementos de emoção.
Bastaram cinco segundos
Para dar a volta ao mundo
E ver nos teus olhos
(como se duvidas houvesse)
Como pairo no teu coração!
Cinco segundos de riso
Cinco segundos de cumplicidade
Coube neles o improviso
Sem palavras, formulamos a verdade
E nós sem juízo!
Estivemos cinco segundos inteiros
Olhos nos olhos, verdadeiros
No raiar da renovada esperança
Dá-se a ultima badalada
Já nasceu a criança…

Por cinco segundos, formamos uma ilha
Cercada por mundos estranhos
Mas estes cinco segundos… foram apenas nossos!

© Luís Monteiro 2006-01-01

Posted by: lmc