27 dezembro 2005

Luís Monteiro da Cunha

Fado!


Não calo!
Esta ânsia, que não me deixa
Dá-me ganas de gritar.
Por tão perene que me invade
Assim sonhada e profana,
Obriga-me a esmolar,
Percorre meu ser,
Dos pés à minh’alma insana,
Meu fado, jaz acalentado…
Cala-me o desejo,
Nesta vida mundana,
Dá-me apenas um beijo,
Para matar saudades…
Este momento, que sei…
Nunca o viverei.
Por isso, calo!

Para ler nos dois sentidos.

© Luís Monteiro 2005-12-26

Posted by: lmc

11 Comentários:

Às 27/12/05 08:10 , Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse...

Luis, mas que grande grito meu amigo, fiquei pasmada.Beijinhos

 
Às 27/12/05 08:50 , Anonymous Anónimo disse...

Luís,

Não calo nunca este meu fado
De tão insano e profanado
Deste viver já acalentado
Da ânsia de gritar me invade.

Gostei Amigo. Temos Poeta. E como correu o teu Natal? Bem? Um abraço.

 
Às 27/12/05 10:04 , Blogger margusta disse...

Olá querido amigo,

...Lindo o teu poema...um grito de alma aprisionada com a ânsia de viver os seus sonhos.
Mas nem todos os Sonhos do Homem nasceram para serem vividos...senão deixariam de ser Sonhos...

Muitos beijinhos meu querido amigo

 
Às 27/12/05 10:41 , Anonymous Anónimo disse...

Luís, gostei muito deste teu poema Fado e li-o nos dois sentidos. Sabes qual a minha sugestão, sabes? Pois aqui vai... que seja declamado ao som de viola e guitarra nos dois sentidos! Lembrou-me Ary! Beijo

 
Às 27/12/05 12:24 , Anonymous Anónimo disse...

Se ao menos você desligasse a música ainda se podia aqui estar distraído. assim não...

 
Às 27/12/05 12:30 , Blogger lena disse...

e como me posso calar perante tanta beleza?

que belo nos dois sentidos, esse teu "gritar" - Fado!

como o gostaria de o ouvir ao som de uma viola, mesmo que seja dito

com esses versos que conseguem tocar-me, tens alma de poeta

beijinhos meus

lena

 
Às 27/12/05 14:50 , Anonymous Anónimo disse...

Quem assim se exprime não se pode calar, não pode calar a alma, os sentimentos, as emoções. Adorei. Beijinhos poéticos

 
Às 27/12/05 16:22 , Anonymous Anónimo disse...

Em ambos os sentidos é lindo e "sentido" ;) Felicidades para o Ano Novo que se aproxima.

 
Às 27/12/05 17:15 , Blogger Luís Monteiro da Cunha disse...

Caro(a) BD...

Eu sinto o quanto sofres...
Mas apesar de já não existir o bairro da Curraleira (quantas vezes lá passei).
Deves evoluir no tempo...
O saudosismo é bom, mas não pode ser exacerbado ao ponto de toldar a nossa mente.
Quanto á musica, se desligares o som das colunas, já não te incomoda.
Portanto, apenas acho que te sentes triste por tudo que lês e pelos sentimentos que aqui recebes, que neste momento, não desejas sentir... Lá virá o dia... antes do que pensas!

Agradeço a visita, a porta continua aberta

Fica bem.

 
Às 28/12/05 08:32 , Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Luís

Um poema bem bonito, diria, um fado pronto a ser musicado e cantando.....

 
Às 27/9/08 21:47 , Blogger Bia Unruh disse...

Muito boa poesia, tem força...
Parabéns
Perséfone

 

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