Foi uma vez...
Foi uma vez…
O relógio emitiu o som estridente, irritante até! Era a sua função e para isso estava pré-programado.
Vasco Fernandes, a contra gosto tacteou o botão para o desligar, olhando-o de relance.
Ainda era madrugada.
Apetecia-lhe continuar mergulhado no vale de lençóis… tão quentinho estava. Mas as obrigações logo se sobrepuseram na sua mente, obrigando-o a esquematizar mentalmente o trabalho deste dia que se aproximava.
«A vida não se compadece dos preguiçosos». Lembrou a sua máxima.
De um pulo, saltou da cama, sentindo o tapete frio nas plantas dos pés que tacteavam os chinelos desalinhados e adormecidos sob o leito.
Tiritou. O quarto estava gelado. Nem a mobília nova, acabada de estrear dias antes, o aquecia, nem os homens do aquecimento se dignavam aparecer para o ligar apesar dos contactos e reclamações que fez junto do construtor nesse sentido.
Ainda não tivera tempo ou oportunidade de mobilar devidamente a casa, também esta recentemente adquirida. Apenas comprara a mobília do quarto e quando se passeava da cozinha para este os seus passos ecoavam nas paredes cavernosas e nuas. Mas era sua e seria o seu ninho por muito tempo, estava convicto. Até porque ultimamente, esta compra fora a única alegria verdadeira e deveras sonhada que tivera nos últimos anos na sua vida e que conseguira concretizar.
Seguindo o conselho de amigos do ramo bancário, resolveu-se a comprar uma casa, deixando de alugar apartamentos, atrás de apartamentos. Fora um risco calculado. Aproveitou a conjuntura financeira do país, que atravessava uma fase mais desafogada com os juros bancários em baixa, como fizeram tantos neste país nos últimos anos.
Vestiu o roupão, aconchegando-se nele e dirigiu-se à casa de banho. Levantou o tampo da sanita, desapertou o roupão, baixou a frente das calças do pijama riscado, e… começou a viver um novo dia.
© Luís Monteiro Cunha
O relógio emitiu o som estridente, irritante até! Era a sua função e para isso estava pré-programado.
Vasco Fernandes, a contra gosto tacteou o botão para o desligar, olhando-o de relance.
Ainda era madrugada.
Apetecia-lhe continuar mergulhado no vale de lençóis… tão quentinho estava. Mas as obrigações logo se sobrepuseram na sua mente, obrigando-o a esquematizar mentalmente o trabalho deste dia que se aproximava.
«A vida não se compadece dos preguiçosos». Lembrou a sua máxima.
De um pulo, saltou da cama, sentindo o tapete frio nas plantas dos pés que tacteavam os chinelos desalinhados e adormecidos sob o leito.
Tiritou. O quarto estava gelado. Nem a mobília nova, acabada de estrear dias antes, o aquecia, nem os homens do aquecimento se dignavam aparecer para o ligar apesar dos contactos e reclamações que fez junto do construtor nesse sentido.
Ainda não tivera tempo ou oportunidade de mobilar devidamente a casa, também esta recentemente adquirida. Apenas comprara a mobília do quarto e quando se passeava da cozinha para este os seus passos ecoavam nas paredes cavernosas e nuas. Mas era sua e seria o seu ninho por muito tempo, estava convicto. Até porque ultimamente, esta compra fora a única alegria verdadeira e deveras sonhada que tivera nos últimos anos na sua vida e que conseguira concretizar.
Seguindo o conselho de amigos do ramo bancário, resolveu-se a comprar uma casa, deixando de alugar apartamentos, atrás de apartamentos. Fora um risco calculado. Aproveitou a conjuntura financeira do país, que atravessava uma fase mais desafogada com os juros bancários em baixa, como fizeram tantos neste país nos últimos anos.
Vestiu o roupão, aconchegando-se nele e dirigiu-se à casa de banho. Levantou o tampo da sanita, desapertou o roupão, baixou a frente das calças do pijama riscado, e… começou a viver um novo dia.
© Luís Monteiro Cunha
2 Comentários:
Só agora vi o teu comentario, e é verdade...o inverso tb se aplica no amor.Não podia estar mais de acordo contigo.Fica um beijinho e vou voltar para te ler
foi uma vez ... na vida de muitas pessoas,
é assim que começa Luís
uma vez para tudo
beijinhos para ti meu amigo
lena
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