Ensurdecido!
Tentei!
E como eu tentei…
Escutar-te no silêncio
Da nossa sinfonia!
Mas os graves
Eram agudos
Os agudos
Eram esdrúxulos
Os pífaros
Feriam-me os olhos
Inundados de violetas,
Azuis
Como castanho-esverdeado,
(Que são,)
Extravasaram
De neve…
Negra!
Numa percussão exigente
Persistente
Ritmada e abrangente!
Ensurdeci
De ti
Para ti!
Esfumaram-se
Os espelhos de minh’alma
Os céus; as nuvens multicoloridas
O sol; as estrelas; os ventos.
Foram-se!
Partiram!
Eu fiquei!
Já te ouço, …
No teu surdo gemer
Vejo-te, soçobrada
Sem que me possas
Contudo, rever...
© Luís Monteiro da Cunha
6 Comentários:
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
Já gastaram tudo, o tempo e as palavras..
é tempo de te fazeres à estrada...
Bjinhos,
Olá Luis
O que eu li - senti - ouvi!
Foi uma verdadeira sinfonia... um ressoar de uma melodia , embora triste - mas bela - profunda.
Beijinhos
"Esfumaram-se
Os espelhos da minh`alma
Os céus; as nuvens multicoloridas
O sol; as estrelas; os ventos.
Foram-se!
Partiram!
Já te ouço..."
Obrigada Luís pelo miminho que me deixas-te.
Beijinhos para ti!
Concordo com o alex. Quando escreves de rajada, sai esta maravilha. Um abraço.
tentei
na noite
aveludada
numa perda de memória,
deitar fora
a agonia
de uma solidão
de ais e desejos
movimentados,
entre dois corpos
estendidos na areia
o coração batia
aceleradamente,
por se sentir
solto na noite
na pele
misturou-se o frio
da madrugada
onde o tempo
é infindável
mas imagens
refletidas,
de palavras enlouquecidas,
no ínicio o mar,
como um sopro
suave da noite
sem dores,
esvaziei-me do nada
na poeira dos sonhos
longe do mundo
sem me mexer
num desfilar
de imagens
onde os corpos
se perderam
e descobri
outro rosto,
loucuras
que caminhavam em medos
em lixos mágicos
de memória
onde a vida
deu mil voltas
sem se querer
reconhecer
e fugiu em direcções
imensas
separando-se
sempre ao amanhecer...
beijinhos meus poeta que me delicia com a tua poesia
lena
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