12 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Trabalho infantil - o debate na rádio

Trabalho infantil

Tendo levado as crianças à escola, ouço no rádio da viatura, uma discussão sobre o trabalho infantil.
Todos se revoltam com o trabalho. Principalmente se este envolve crianças. Todos opinam que as crianças apenas devem estudar e aproveitar a infância para brincar…
Ouvindo com atenção os vários depoimentos, no pequeno lapso de tempo que tive disponível para a audição do programa, anui com alguns destes e revoltei-me com outros tantos.
Sei que é bonito e até fica bem ao orador de circunstância, a defesa intransigente dos direitos das crianças, e sou também apologista desses direitos. Mas no entanto, a meu ver, não devemos descurar o meio envolvente de cada uma e o contexto familiar em que estão inseridas.
Ressalvo desde já, que abomino o trabalho de qualquer criança em idade escolar apenas com intuitos remuneratórios, mesmo com a desculpa de que é para sustento da própria e da sua família.
No entanto, penso que essa mesma criança, após os estudos e o tempo de lazer que lhe deve ser concedido para a sua própria divagação, nada perde se (tendo idade para isso) fizer pequenos trabalhos domésticos de uso comum no seio familiar.
Não gostam, é certo, mas se (nós, pais) pensarmos bem…
Será bom que a criança após as aulas se feche num quarto a ver televisão, ou a jogar nas consolas, ou a ver filmes atrás de filmes?
Não será mais salutar para o seu desenvolvimento físico e intelectual, brincar com outras crianças no parque e após esse tempo, ajudar em casa nos afazeres domésticos, sempre supervisionado por um adulto? Penso que incutirá nesta, o sentido de responsabilidade e a percepção de que existem regras a cumprir: tempo para estudar, para brincar e até para as suas responsabilidades familiares.
Claro que já estão a pensar que não era nada disso que o programa debatia e que já estou a divagar e a fugir ao tema essencial.
Claro que não abordo o tema na essência, deixo isso para os estudiosos que debitam páginas e mais páginas de estudos efectuados sobre o trabalho infantil.
Apenas quero referir, que um pouco de, (trabalho?) direi, tarefas simples de realizar, não faz mal a nenhuma criança e pode até aguçar o seu intelecto se bem dirigido pelo adulto.

Sugestões?
Sou todo ouvidos…

13 Comentários:

Às 12/6/06 12:57 , Blogger Luís Monteiro da Cunha disse...

e vivam as crianças
cada infância em pleno
pois deste pequeno lapso de tempo
ficam as melhores recordações para a vida

 
Às 12/6/06 15:25 , Blogger margusta disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
Às 12/6/06 15:32 , Blogger margusta disse...

Olá Luís,
...é agora já posso voltar a visitar-te :)))
acabaram-se os probemas com o activex :)

Bom , quanto ao teu tema é deveras pertinente e dá pano para mangas... penso que, e não falando é claro de trabalho remunerado e sim de tarefas básicas domésticas , é mesmo essencial que a criança o faça... é essencial no seu crescimento!...No caso do meu filho André que fez dois anos de psicoterapia intensiva por hiperactividade com défice de atenção, foi mesmo o psicologo que exigiu que o incubisse de determinadas tarefas domésticas.
A uma criança é tão essencial o amor como mostrar-lhes o caminho para a vida...conheço vários jovens da idade do meu filho mais velho(19 anos) que nem estudam e nem trabalham...nunca lhes faltou nada...que será deles no futuro!?
Bom muito haveria para falar ....

Beijinhos Luis uma boa semana para ti e os teus!

 
Às 13/6/06 10:07 , Anonymous Anónimo disse...

Olá :)* Estou completamente de acordo contigo.. acho q a uma criança devemos desde cedo demonstrar os vários aspectos da vida.. e claro q sou contra o trabalho infantil, quando ele efectuado como vemos nos vários documentários ,uma autêntica escravidão, em q a criança nem pode ir à escola, trabalha tantas horas e em trabalhos tão pesados q isso afecta decisivamente o seu crescimento, a sua saúde .. etc etc .. mas também não devemos cair para o lado oposto da balança .. uma tendência cada vez mais em voga hoje em dia .. ou seja como é criança, nada lhe pode ser dito, nada deve ser contrariado, nada deve fazer etc etc .. isto é criar seres completamente inaptos para o futuro e com uma educação a todos os níveis deficitária ...

Ajudar em casa só poderá fortalecer os laços de união familiar e fazer compreender à criança/adolescente, que aquele meio gere-se pela força e pela vontade de todos .. o q o vai ajudar e muito quando tentarem explicar-lhe o porquê q não pode estar 3 horas ao telefone etc etc .. há q dar responsabilidades desde pequeno.. faze-lo sentir-se parte activa de algumas decisões q lhes digam respeito e incutir-lhe o valor do trabalho e respectiva remuneração.. desde q nada disto interfira negativamente na educação escolar .. é claro!


Julgo q hoje em dia chegámos ao cúmulo de acharmos q como é criança tem o direito de pedir, de fazer e de agir como quiser ... julgo tb q isso já se faz sentir em alguns adolescentes q encontramos hoje em dia, na forma de se expressar de algumas crianças .. a educação familiar e imprescindível e insubstituível para q a criança/jovem assimile valores, construa a sua própria moral e a sua capacidade de decisão, de organização, de responsabilidade ..

Tenho assistido a cenas chocantes, por exemplo no médico, em crianças batem nas mães, cospem de propósito aquilo q não querem (e não falo de bébés, mas sim de 7 e mais anos), chama-lhes nomes, fazem birras q não lembra a ninguém .. face a um olhar babado de uma mãe q está a criar um pequenino “terrorista”, q se queixa, mas q não faz nada .. hajam meias-medidas .. não pretendemos uma educação do tipo dos nossos bisavós, mas tb não é necessário chegar ao cúmulo de ver uma criança dar pontapés ao pai e ninguém conseguir pôr-lhe termo, quando na realidade bastava colocar-lhe alguns limites e simples palavras resolveriam a situação


Eu por exemplo, nunca tive qq tipo de castigo físico 8entenda-se umas palmadas) .. sempre me foi dada a distância necessária para me fazer ver quando estava a ir longe demais ... e sempre que desejei qq coisa, tive q trabalhar para isso .. eram pequenas tarefas q me eram atribuídas pelos meus pais, ou q eu própria me propunha a fazer .. em q já negociava o montante, fosse por hora, ou por tarefa, de forma a depois poder adquirir o objecto tão desejado .. fosse o q fosse .. desde q considerado fora do necessário .. e não creio q me tenha formado pior pessoa por isso ..


bjs**

 
Às 13/6/06 15:51 , Blogger Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Luís

Completamente de acordo com "tarefas" só é positivo para a boa formação das crianças.

Tenho que dizer:

BRAVÍSSIMO!!! Ao comentário feito por Lótus.

Beijinhos

 
Às 13/6/06 17:19 , Blogger Pérola disse...

Claro que uma coisa é trabalhar, ser obrigado a isso, e outra bem diferente é ajudar, aprender o valor da partilha de responsabilidades no seio da família.
Até porque tudo isso faz parte do crescimento, dos saberes necessários.

 
Às 13/6/06 17:38 , Anonymous Anónimo disse...

Olá!
Concordo com tudo o que pensas!
As crianças devem aproveitar a infância e ser preparado para o futuro.
Beijinhos! :)

 
Às 13/6/06 17:42 , Blogger alice disse...

olá luís

vim cumprimentá-lo

espero que esteja tudo bem consigo

um grande beijinho para si

alice

 
Às 13/6/06 18:08 , Blogger Amita disse...

Olá Luís. É de louvar a tua atitude embora pense que, algum tempo livre das crianças ocupado com actividades desportivas, é benéfico.
Foi um prazer ver-te num dos meus espaços. Um bjinho, Luís, e continuação de boa semana

 
Às 13/6/06 18:10 , Blogger Amita disse...

Rectifico: seja benéfico
Bjinhos :)**

 
Às 13/6/06 18:18 , Blogger ZéZé disse...

Estou completamente de acordo com a tua opinião sobre o trabalho das crianças, têm de aprender a viver e a serem suficientes nas suas tarefas básicas, agora podem fazer cara feia, mas todos sabemos que mais tarde vão agradecer aos seus esses ensinamentos.
Um grande abraço.
Zézé

 
Às 15/6/06 12:31 , Anonymous Anónimo disse...

Sabes Bufagato, muitas vezes se fala para aí como se fossem os donos daquilo que é certo. Dizem-se coisas só porque é politicamente correcto, embora se saiba que até nem é assim que pensam. Concordo contigo e todas as crianças também concordariam..Abraço.

 
Às 18/6/06 19:19 , Anonymous Anónimo disse...

Gostei muito do tema desenvolvido e largamente comentado, porem não se comentaram algumas causas que levam a que uma criança vá trabalhar e penso que é nas causas que se deve atalhar: Familias que passam fome; com problemas graves de alcoolismo, desemprego, doença e uma sociedade que não consegue resposta para que a criança não se sinta ela própria compelida a trabalhar para não passar fome.
E que dizer das crianças que aos 15 anos finda ou não a escolaridade obrigatória, não podem continuar por falta de meios económicos a estudar?? Porque é que o estado não tem forma de contornar estas situações?? Tenho dito.

 

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