23 junho 2007

Luís Monteiro da Cunha

Festa de finalistas

foto: lmc/2007
Foi um dia diferente na escolinha do Sérgio.
Foi a festa dos alunos finalistas, os que transitam
para outros vôos escolares.
A escolinha estava engalanada, a preceito,
pois claro, que a ocasião era solene.
As educadoras organizaram uma peça de teatro infantil,
canções, muita musica e ainda mais animação.
Uma antecipação do S. João, com folguedos
e muito convívio entre todos, miúdos e graúdos.
Foi lindo, ver o serginho e os outros, a receberem
a cartola, a pasta e a bengala...


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Luís Monteiro da Cunha

Festa de finalistasII

foto: lmc/2007
Como estamos em época sanjoanina,
houve também fogo de artificio e
lançamento de balões, durante
o repasto dos convivas...

Luís Monteiro da Cunha

Festa de finalistasIII

foto: lmc/2007
As educadoras: Céu e Luísa
a quem muito se deve pela dedicação
amor e carinho que dão a todas as crianças.
Obrigada!

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20 junho 2007

Luís Monteiro da Cunha

Enormes...


foto: lmc/2007



Enormes…

As costas eram margens de regatos. Molhadas é o termo correcto, se bem que o líquido que destas escorria, não fosse água, mas suor. Transpiração do esforço que no momento, a transfigurava e obrigava a soltar urros longos, como se fosse um qualquer animal a estrebuchar pela vida.
Pensando bem, tratava-se de vida. O esforço da sua vida, geradora de outra vida que estava prestes a exultar.
Mas o safadinho, pois sabia ser um menino, não aceitava a sua expulsão e quedava-se no leito líquido, retardando ao máximo a sua apresentação ao novo mundo e consequentemente, obrigando-a cada vez mais, a um esforço sobre-humano.
O médico de serviço, impaciente, disse-lhe para fazer uma nova tentativa com toda a sua força e coragem, senão, teriam de fazer uma cesariana. Que é isso? Cesariana nunca, ela não queria. Tivera já três filhos e todos saíram pelo mesmo sítio. Hoje, são todos fortes, felizes e sadios. Este, teria de nascer do mesmo jeito, desse por onde desse.
Prepara-se para o esforço derradeiro. Enche os pulmões, retesa os músculos faciais e os braços com as mãos fechadas, enche-se também de toda a vontade resoluta. Pensa no bebé, e mentalmente fala-lhe: «vais sair, ajuda-me, Deus! Sai meu filho! Não me obrigues a sofrer demais!» Soltou-se, parecendo relaxar. Repentinamente, abriu até ao limite das suas forças, todo o quadril e pernas e deixou que se expelisse de si, todo o ar, todo o esforço de músculos, carne, sangue e até, toda a sua alma jorrou nas mãos da enfermeira atenta.

O mundo parou para si e tomou-a de uma paz liminar. Deixara de sentir dor, aliás deixara de sentir qualquer coisa. Toldaram-se-lhe os olhos, os ouvidos, os sentidos. O mundo desapareceu momentaneamente e a paz ou dormência tomou conta do seu dorido e ainda convulso corpo. Que serenidade e paz agora sentia. Apesar dos olhos fechados, via no ar pequenas luzes a bailar, como se o quarto estivesse inundado de pirilampos.
- É um menino! Parabéns! – Alguém disse.
Abriu os olhos e viu o médico a limpar o bebé ainda coberto de algum sangue e líquido amniótico, parecia coberto de pó de talco. Era grande, pareceu-lhe até enorme, reconhecendo no tamanho a razão da dificuldade do parto.
Seus seios tumefactos, imediatamente jorraram gotículas de leite amarelo queimado. Pareciam ávidos de serem sugados por aquela boca pequenina e rosada, que acabara de emitir os primeiros sons.
Enquanto o amamentava pela primeira vez, deitado no seu peito, reparou nos dedinhos perfeitos que lhe acariciavam a mama; o seu cabelinho farto e negro que tanto a enjoara durante a gravidez; aqueles braços e grossas pernas ainda amarrotadas.
Como era lindo o seu menino; chorou copiosa e amargamente enquanto o admirava. Sabia que apenas tinha três dias para ficar junto dele. Depois, nunca mais seria a sua mãe. Era esse o negócio previamente acordado: tinha recebido uma quantia avultada para o trazer à vida no seu ventre e teria de o entregar ao pai e futura mãe, logo após a alta hospitalar da criança. Uma dor lancinante a possuiu nesse momento, como se todo o seu corpo rejeitasse a separação.
Haverá dinheiro que pague o amor? Mas existe a honra. Ela fora paga e recebera, para o trazer à vida, mas… que vida?


© Luís Monteiro da Cunha

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11 junho 2007

Luís Monteiro da Cunha

Acto sublime


Foto: © lmc/2007

Antologia Poética Amante das Leituras



Acto sublime
© Luís Monteiro da Cunha



Todo o acto de escrever
É uma experimentação.
À luz de uma ideia, fósforo de
sumida
chama periclitante,
no vendaval do pensamento.

De um sopro nasce,
num gesto se fina,
ou define.

O que sobra é sempre o desgosto
- da solidão que se aproxima,
mergulhada na escuridão
e indefinição.

Terá sido a iluminação suficiente?

Para que se faça luz,
cá em cima,
e o coito de escrever seja na razão
o prazer sublime.



in: Antologia Poética Amante das Leituras

Edium Editores, 2007



A pedido dos amigos, publico o poema declamado e
projectado com foto minha, durante o evento, o qual
se vislumbra parcialmente na foto do post anterior.


Obrigado a todos aqueles, que por todos os meios
fizeram chegar até mim, as suas palavras e incentivo.
Como poderei agradecer-vos, a gentileza e amizade?


luís



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06 junho 2007

Luís Monteiro da Cunha

Sobre o Lançamento da Antologia Poética Amante das Leituras



fotos: lmc/2007


Pois amigos, foi um dia lindo!
Até o sol, brindou o lançamento
com a luxuriante luz dos seus ternos
braços, abraçava-nos, tenho a certeza!

Foi um conto de fadas e principes,
um desfraldar de sonhos
uma dança de ninfas pelos bosques
das palavras, sons e imagens, com
que todos foram presenteados.
A emoção da Ana, com os olhos rasos
de contidas lágrimas brilhantes; o rejubilo
do editor em palco, agradecendo a aposta
ganha de antemão, adivinhando novas aventuras;
o prefaciador, eloquente e inspirado perante
tão nobre plateia; a musica serena e cuidada
antes durante e após os declamadores soberbos;
os cisnes que deambularam graciosamente em palco,
(leia-se bailarinas) que em pontas, nos deixaram comovidos
e além de tudo isto... os amigos todos presentes, mesmo
os que não puderam comparecer, mas que estiveram e foram
sentidos no coração e nas palavras que nos brindaram,
de além e aquém mar... faltam as fotos do momento...
aguardemos por elas, porque é verdade a máxima de que:
uma imagem vale por mil palavras e elas faltam-me...

abraços e jinhos a todos

luis








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