30 março 2007

Luís Monteiro da Cunha

Sempre existem margens


foto: ©bufagato/2007




Repara na serenidade
dos elementos
limitados nas margens
limitam-se ao ser
simplesmente o que são

Aí reside a sua beleza
a energia do seu rosto
espelha e fomenta a realidade
dos sonhos cativos no corpo
não existe mais idade, ira
ou desprezo submissão

são os elementos as dádivas
que se recebem de mãos nuas
o eterno sorriso de amor
pelo pouco que se basta
por ser maior o gesto que
comunga a adoração
que no momento devassa
a eterna solidão de ser.



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24 março 2007

Luís Monteiro da Cunha

Outono da Líria

Outono de Líria

foto ©Lmc2007



Mais do que uma borboleta

deambula nos meus lábios

é mais

a voz e os olhos

do poeta

a pintar cometas

por rosários.


a Líria

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16 março 2007

Luís Monteiro da Cunha

Signa


foto: © lmc



Signa



Ela pediu a mão
Poderia ler a mão
Abençoar o seu fado

Com enfado ele
Estende a mão
Oferece-a abandonado

A mão dura forte de
Pregas calosidades
Era uma boa mão de trabalho

A velha toca com desvelo
Estende-a no regaço
Olha sob todos os ângulos

Analisa cortes traços
Manchas vincos anelos

Vaticina:
Precisa de sabão!
A vida dele melhorou.


Luís Monteiro da Cunha

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11 março 2007

Luís Monteiro da Cunha

Caminhos


foto: Lmc/2007




No caminho sempre existe
uma e outra margem


A sombra dos passos
A música dos pássaros


As pegadas no caminho
o deslizar do rio


O cristalino murmurio
encanta os dourados peixes



Impele a brisa a seguir
frente a frente unidos
o mesmo destino




Luís Monteiro da Cunha



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