26 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Escrito em tempos: "Orvalhadas"

A minha mãe, aproxima-se de mim com um sorriso malandro nos lábios e os olhos trocistas:
- Reconheces isto?
E tira do bolso do avental, uma folha de papel A4 dobrado em quatro, que me oferece de seguida.
Curioso, agarro no papel, desdobro-o lentamente e estupefacto, começo a ler:


“ORVALHADAS”

Hoje, ouvi alguém a cantar as «orvalhadas».
Escutei com atenção, pois a palavra, apesar de não ser comum, não me era totalmente desconhecida.
Era uma canção sanjoanina, muito em voga na cidade do Porto, no norte do país, a qual se ouve muito nesta época do ano, quando se procuram nas prateleiras cheias de pó, as canções que fizeram furor no passado saudoso.
Mas, o que me chamou a atenção, foi a palavra em si e não a fonética ou o acompanhamento musical, que apesar de agradável, pode-se considerar comum.
Como pensei…
Orvalhada, substantivo feminino e quer dizer:
orvalho da manhã; queda ou formação do orvalho.

E o que é o orvalho? Consultado o dicionário… cá está…
Orvalho, substantivo masculino; vapor de água que se condensa em forma de pequenas gotas, devido a um arrefecimento lento do ar, e se deposita de manhã e à noite, sobre os corpos expostos ao ar livre; chuva muito miúda;

Porque é que foi usada na canção que escutei?
Como acima exposto, trata-se de humidade no ar, a qual, como é costume na noite de S. João, não falta, para dar um arrefecimento nas almas turvas e escaldadas com o calor da noite, acompanhada de muito vinho ou outras bebidas etílicas e, das sempre boas e quentes sardinhas assadas.
Quem ainda não passou uma noite ao relento, na companhia de amigos e sentiu nas costas o «orvalho», ou seja… as roupas humedecidas pela humidade existente no ar e que se vai acumulando em tudo o que toca… e especialmente nas pessoas, só se nota quando se está parado e o corpo já não consegue evaporar a humidade que se acumula na roupa que o reveste.
Tenho saudades das orvalhadas, dos meus tempos de garraio, em que nada se sentia no corpo, que tudo aguentava, quantas noites de folguedos e namoricos ao som de canções populares… como as «Orvalhadas».

Luís Monteiro da Cunha
Domingo, 22 de Junho de 1997
"

Este é o conteudo do mesmo, conforme o escrevi e como a alma o ditou naquele tempo, sem qualquer pretensão de escrito publicável.

Obrigada minha mãe, por esta surpresa...


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25 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Postagem de teste.... grrrr


porque é que o blogger, não abre o Bufagato, aos visitantes?

Já à dois dias que não se consegue acesso pelo endereço, apenas pelo profile...

Algo está podre no reino das américas...

Bom domingo

e boa semana.

22 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Por onde vais?

Quantas vezes,
olhamos o caminho
que percorremos
nos braços do destino
e nem agradecemos...

Quantas vezes,
olhamos em frente
e não vemos quem nos segue,
diligente.
Quantas vezes reparas
em ti, nos teus passos
e páras...
para
pensar!


Que o caminho
não é só teu.
E se este existe,
é porque alguém te precedeu
e o desbravou, limpou,
para que o percorras
incólume...
Pensa!

20 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Obrigado a todos..........

imagem: Bufagato/2006



Obrigado meus amigos

Sejam felizes e façam alguém feliz

Um simples sorriso
pode ser o sol no dia
de quem amanheceu
sem qualquer esperança.
Sejamos sorridentes
e faremos dos dias
rios de felicidade
radiante no coração
de toda a gente.

Boa semana para todos
Luís

16 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

1 ano... 365 dias... é muito tempo? Quem diria?



Em 16 de Junho de 2005, nasceu o Bufagato.
Começou, como quase tudo nesta vida, receoso e até timidamente...
O futuro era tão vago e as ideias tão indefinidas...
Aprendeu a caminhar, gatinhando e levantando-se.
Com o passar do tempo, foi conquistando amizades e formando a sua própria consciência.
Hoje, 16 de Junho de 2006
(quem diria?) faz um aninho de idade.
E se cresceu...
foi porque todos o desejaram e ajudaram na evolução.
Por isso hoje, quem está de parabéns, não é apenas o Bufagato
Sois vós, amigos,
que o fazeis crescer diáriamente
com as vossas visitas e palavras de incentivo.
PARABÉNS
para todos vós
O meu enorme obrigado a todos pela vossa amizade
Estão no meu coração
Luís Monteiro da Cunha
Bufagato
==== #====

Feitiço


O fogo me chama
crepita com flama

Baila na minha frente
e como baila essa chama

Rodopia como ninfa
serena terna e envolvente

Enfeitiça-me
e de novo me chama
sedutoramente

Deixo-me consumir…
Deito-me na sua cama
indolente


© Luís Monteiro da Cunha
Maia, 2006-06-15

14 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Nos braços do vento

imagem: Bufagato/2006






Suavemente
rodopia a folha
Separando-se da árvore
que lhe deu vida

Lança-se ao mundo solitária
Nos braços do vento
Abandona-se

Sereno e belo este
Bailado de despedida



© Luís Monteiro da Cunha
.

12 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Trabalho infantil - o debate na rádio

Trabalho infantil

Tendo levado as crianças à escola, ouço no rádio da viatura, uma discussão sobre o trabalho infantil.
Todos se revoltam com o trabalho. Principalmente se este envolve crianças. Todos opinam que as crianças apenas devem estudar e aproveitar a infância para brincar…
Ouvindo com atenção os vários depoimentos, no pequeno lapso de tempo que tive disponível para a audição do programa, anui com alguns destes e revoltei-me com outros tantos.
Sei que é bonito e até fica bem ao orador de circunstância, a defesa intransigente dos direitos das crianças, e sou também apologista desses direitos. Mas no entanto, a meu ver, não devemos descurar o meio envolvente de cada uma e o contexto familiar em que estão inseridas.
Ressalvo desde já, que abomino o trabalho de qualquer criança em idade escolar apenas com intuitos remuneratórios, mesmo com a desculpa de que é para sustento da própria e da sua família.
No entanto, penso que essa mesma criança, após os estudos e o tempo de lazer que lhe deve ser concedido para a sua própria divagação, nada perde se (tendo idade para isso) fizer pequenos trabalhos domésticos de uso comum no seio familiar.
Não gostam, é certo, mas se (nós, pais) pensarmos bem…
Será bom que a criança após as aulas se feche num quarto a ver televisão, ou a jogar nas consolas, ou a ver filmes atrás de filmes?
Não será mais salutar para o seu desenvolvimento físico e intelectual, brincar com outras crianças no parque e após esse tempo, ajudar em casa nos afazeres domésticos, sempre supervisionado por um adulto? Penso que incutirá nesta, o sentido de responsabilidade e a percepção de que existem regras a cumprir: tempo para estudar, para brincar e até para as suas responsabilidades familiares.
Claro que já estão a pensar que não era nada disso que o programa debatia e que já estou a divagar e a fugir ao tema essencial.
Claro que não abordo o tema na essência, deixo isso para os estudiosos que debitam páginas e mais páginas de estudos efectuados sobre o trabalho infantil.
Apenas quero referir, que um pouco de, (trabalho?) direi, tarefas simples de realizar, não faz mal a nenhuma criança e pode até aguçar o seu intelecto se bem dirigido pelo adulto.

Sugestões?
Sou todo ouvidos…

11 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Não me apetece versejar (2) Torpe

imagem:Bufagato


Olá amigos e amigas!
Por fim, com o curso terminado, restam apenas os afazeres profissionais e os compromissos poéticos, pelo que penso eu, as coisas voltarão lentamente ao "normal".
Assim o espero...lol. Mas se não voltarem, a culpa é também vossa, pelos incentivos e ânimo com que me mimoseiam. Obrigada.
Ainda cansado, mas já consegui re-iniciar os hábitos de leitura e... lentamente começam a emergir as palavras, as imagens e até os sons dos meus devaneios...

Sabem... estou deveras feliz por mim e por todos vós.
Agradeço os telefonemas e mails de parabéns, pelos meus trabalhos que têm sido publicados nos jornais, como no JN de ontem na pág. 50 e outros.

Penso que durante esta semana os visitarei a todos, que bem merecem!

Obrigada pela paciência.



Não me apetece versejar

(2) Torpe


Vai-te e não voltes
Para as frases torpes
Que amas mais que tudo
E dizes fazer voar
Nas asas do ser alado
O incauto façanhudo
Que mais não é do que criado
Na vassalagem a prestar
Ao teu perene poetar

© Luís Monteiro da Cunha

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03 junho 2006

Luís Monteiro da Cunha

Não me apetece versejar





Não me apetece versejar

(1) Desdenho

Não me apetece versejar
Desdenho os versos, nem sequer
Os quero ler ou escutar
Recuso a poesia,
Que queima e é fria
Por ela morreu minha tia
No hospício da confraria
Como louca a declamar
Que a enfermeira era marota
Só lhe dava sopa e
Não trocava a roupa
Da cama acabada de molhar



Desejo-vos um belo fim de semana
Luís

Luís Monteiro da Cunha

Obrigado...

Tenho andado super-cansado
Não apenas pelo trabalho que abraço com a alma de todo o meu ser mas também pelos compromissos que resolvi (em boa hora) assumir.

Como já repararam, tenho andado ausente de tudo que seja virtual, até mesmo daqui do Bufagato.
Agradeço do coração todas as visitas e os comentários.
Espanto-me com vocês que considero meus Amigos. Pois nem sequer tenho tido tempo para os visitar condignamente e no entanto não esquecem de me visitar e deixar palavras de incentivo. `
É bem verdade que os amigos reconhecem-se nas ocasiões. E os ultimos tempos, com a minha ausência forçada, deu para reconhecer os verdadeiros amigos.

Além de compromissos intelectuais que me ocupam o tempo, outros se perfilaram nesta perene busca de conhecimentos.
Também precisei de fazer a frequência de um curso que está
quase a terminar, o que me impede quase de ligar o computador, pois que este não é ministrado na minha cidade, obrigando-me a sair cedo de casa e a deslocações por algumas cidades do norte.

Em resumo, penso que merecem saber o que se passa comigo e o porquê desta ausência.
É esta a finalidade deste post.

Obrigado a todos

Bom fim de semana

Luís Monteiro da Cunha