Lago letárgico
foto: Bufagato/2006
Um lago de águas doces e adormecidas
Fornecem a melancolia do vogar sereno
Pensamentos que se descruzam no final da tarde
O sol morre num adeus fecundo de lampejos
Do verão de São Martinho, restam as mãos nuas
Troncos em penitência na carne lavrada
Os deuses cegaram nos espelhos das docas.
Nas adormecidas e doces águas douradas
Apenas riscam o ar seres alados nas circulares
Superfícies que brotam das fecundas profundezas
Giram nos círculos indefinidos da energia cintilante
Infinitamente circulam nos quadros da íris
Como sonho nascem as imagens que acordam a letargia.
Luís Monteiro da Cunha
Etiquetas: Serenidade