02 novembro 2005

Luís Monteiro da Cunha

Do alfacinha...

…/ O Português em geral, e o alfacinha em particular, não é muito apreciador de subtilezas, de meias tintas, de ténues cambiantes. Talvez por ser habituado à luz dura e crua de Lisboa, que é a predominante e irrita, mas não estimula, nem contribui para afinar a sensibilidade; talvez que estando, por precisão, aguerrido contra as asperezas de um clima ventoso e agreste – o certo é que não estima demasiado a meia-luz da intimidade, o claro-escuro da vida interior. Para o lisboeta, animação, entretenimento, recreio, traduz-se por barulho, iluminação a jorros, contrastes e novidade que se introduza pelos olhos adentro. /…

In:
Não é Artista Quem Quer, de Raul Lino
O Independente
Lisboa, 2004


lmc

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