"Sou apenas um mero e desconhecido cidadão que um dia resolveu aceitar um desafio altruísta: “Como ajudar os cidadãos do meu País”.
De todas as profissões que dignamente o fazem e decidido a ingressar numa delas, optei por uma instituição secular, com raízes profundas na história do nosso Portugal. Ingressei na Polícia de Segurança Pública, vulgo “PSP”.
Mas após o meu ingresso na referida instituição, reparo na realidade do quotidiano dos seus profissionais: homens e mulheres desmotivados e feridos no seu orgulho profissional e de cidadãos de pleno direito da vigente pseudo - democracia.
Profissionais que sacrificam a sua vida “pelo serviço”, muitas das vezes com sacrifício da própria família, entre outras coisas.
Trabalham aos fins de semana, noites e feriados abnegadamente, sem qualquer compensação remuneratória equivalente.
Expôem-se às mais variadas doenças, inclusive as infecto – contagiosas, sendo vulgar sofrerem de doenças como a hepatite e alguns até a SIDA (AIDS).
Desgastam-se física e psicologicamente, sofrendo diariamente fortíssimos ataques ao seu orgulho e moral, tudo em nome da segurança dos cidadãos, da segurança de um País que os esquece e ignora, fazendo de conta que não existem, exigindo-os apenas quando se encontram em perigo.
No entanto, estão sempre lá nos momentos mais difíceis, para exercer e manter a paz social.
São Mulheres e Homens que dão tudo por um país ingrato, que nada lhes dá e ainda lhes quer tirar o pouco que lhes resta: Dignidade e Orgulho."
Este texto não é da minha autoria, chegou-me hoje ás mãos por um agente da PSP, triste e amargurado por ter de se deslocar a Lisboa, para participar numa manifestação que os profissionais das várias instituições de segurança pública nacional levam a efeito na capital, onde vão tentar fazer ouvir a sua voz contra os cortes orçamentais e das poucas regalias de que ainda usufruem, anunciados pelo presente governo da república.
Têm o meu apoio incondicional.
Até porque conheço bastante bem a realidade diária desses profissionais e sei o que lhes vai na alma!
Espero que Portugal acorde do marasmo em que se deitou à vários anos e desperte para o século XXI.
Que ofereça uma vida digna e respeitada a todos os seus cidadãos “europeus”. Porque até hoje, ainda somos apenas cidadãos de terceira nesta Europa industrializada e economicista, que se queria una e fraterna, onde deveria haver igualdade de responsabilidades e de direitos entre todos os europeus.
Bem hajam os perseverantes, pode ser que seja deles o futuro.